CIDADES EM TRANSE
E A PLURALIDADE
DO MORAR
PROGRAMAÇÃO
Palestra de
abertura - Direito à moradia: reflexões sobre práticas cotidianas, vínculos com espaço e arranjos temporais que ritmam o viver cotidiano de moradores de cidades gaúchas
Mesa 6
Reflexões e debates sobre regularização fundiária em Pelotas
Mesa 4
Crescendo com o Sagrado: as Crianças de/no Terreiro
Mesa 15
Vivendo em meio ao caos: as moradias estudantis
Mesa 9
LGBTQIA+, mulheres e o direito à cidade
Mesa 8
Pessoas em situação de rua: perspectivas para além da invisibilidade
Mesa 17
O Morar Feminino na Pandemia: Mulheres e Jogos de Interação Online
Mesa 13
Histórias do habitar Pelotas: algumas experiências da disciplina de Projeto de Arquitetura VI (FAUrb - UFPel)
Mesa 7
Reflexões sobre maternidades atípicas em meio à pandemia do covid-19
Mesa 12
Memórias e cozinha: reflexões sobre o espaço e a construção dos indivíduos
Mesa 20*
Olhares sobre o passado das habitações coletivas: os cortiços das cidades de Pelotas e Rio Grande - RS
*17h30 às 19h
Mesa 18
Relatos sobre o morar: a Leitaria de Sezenando Souza dos Santos
Mesa 11
Morar entre águas Urbanas
Mesa 16
Os desdobramentos do morar na interface cidadania e turismo
Mesa 21
O Morar após a morte: cemitérios
Mesa 1
Habitação pra quem?
Mesa 3
O morar no Pampa gaúcho, aspectos materiais e simbólicos do habitar fronteiriço
Mesa 10
Juventude em vulnerabilidade: formas de habitar fora do meio familiar
Mesa 19
(Sobre) Vivendo com seu Sagrado em contextos de racismo religioso
Mesa 2
Cidade-mato e os movimentos da vida
Mesa 5
Pesquisar Religiões de Matrizes africanas: é possível se distanciar do Sagrado que habita em ti?
Mesa 14
Experiências plurais: relatos do morar fora da norma
Corujão
- O vôo da beleza
Corujão
- Meu nome é Coraci
- Eu vou botar criança na cabeça de vocês
Corujão
- Tempo dos Sem Voz
- Invisíveis
Corujão
- Bicha Camelô
- Edifício Panarello
Almoço
Almoço
Almoço
Almoço
Almoço
21/09
8h30
22/09
23/09
24/09
25/09
11h
14h
16h30
19h
23h
Corujão
- Um Lugar ao Sul
- In Memoriam
* O cronograma pode sofrer alterações até a data de início do evento.
Palestra de abertura (21/09 às 14h) – Convidade: Leandro Barbosa.
Direito à moradia: reflexões sobre práticas cotidianas, vínculos com espaço e arranjos temporais que ritmam o viver cotidiano de moradores de cidades gaúchas.
Corujão
Outras sugestões:
- Boca de Rua
- Levamos presentes
Mesa 1 – Habitação pra quem? (21/09 às 19h) - Convidades: Sidney Gonçalves Vieira e Nino Rafael Kruguer. Mediação: Adriel Costa.
Habitar é apropriar-se de um espaço, é também fazer frente aos constrangimentos, quer dizer, é o lugar do conflito agudo entre os constrangimentos e as forças de apropriação. (LEFEBVRE: 1973ª, p. 210).
A essência do habitar é mais do que “ter casa”. Habitar é apropriação, identificação com o espaço, com o lugar, com a moradia. E é nessa perspectiva que a proposta de diálogo está centrada em “O habitar no espaço urbano capitalista”. O morar na cidade depende de um custo de vida, que normalmente é alto e está distante de ser acessível a todes. Quando o valor atribuído ás moradias é o de troca e não o valor de uso, o sistema capitalista interfere/ameaça o habitar no espaço urbano.
Como é morar em espaços desiguais? Quais as implicações de uma cidade-mercadoria? Como é o acesso à habitação nos diferentes contextos urbanos? Quais as separações, muitas vezes invisíveis, que limitam o habitar em regiões nobres e o habitar de periferias?
Mesa 2 - Cidade-mato e os movimentos da vida (22/09 às 8h30) - Convidades: Cristiano Silva da Rosa; Daniel Vaz Lima; Juliana Nunes; José Camilo Pires Pereira e Patrícia Rosa. Mediação: Mateus Fernandes da Silva e Marcus Negrão.
Essa mesa é em formato de podcast e tem como proposta gerar reflexões a partir de uma abordagem de diferentes relações que se constituem da confluência entre terra, pedra, bichos, pessoas e o fazer-morada. Para tanto, teremos 5 convidades especiais que vão nos contar um pouco de suas vivências e pesquisas relacionadas ao tema, nos evidenciando uma Pampa pluriversa, com caminhos, seres e moradas diversos que compõem os campos, as águas, as ruas e as diferentes paisagens de nossa morada mãe chamada Pampa.
Mesa 3 - O morar no Pampa gaúcho, aspectos materiais e simbólicos do habitar fronteiriço (22/09 às 11h) - Convidades: Ana Lúcia Costa de Oliveira; Isis Pereira e Juliana Nunes. Mediação: Franciele Fraga Pereira.
As cidades de fronteira apresentam particularidades no existir que são inerentes ao seu meio cultural. Essas características se refletem na ambiência das cidades e no cotidiano dos seus moradores. A proposta dessa mesa é explorar as aproximações e distanciamentos das relações materiais e imateriais da fronteira Brasil Uruguai.
Mesa 4 - Crescendo com o Sagrado: Crianças de/no Terreiro (22/09 às 14h) - Convidades: Mãe Marli do Bará; Pai Carlos Eduardo do Oxalá; Pai Rudy do Xapanã; Marceli de Oxum; Alessandra de Iemanjá; Ialorixá Eloísa de Iansã; Marcelo Studinski do Xangô.
Mediação: Ingrid Santana.
A mesa visa mostrar como diferentes pessoas - de diferentes vertentes do Sagrado do eixo Rio Grande/Pelotas - cresceram dentro de Terreiros e se desenvolveram com seus respectivos Sagrados. Como foi ter essa ontologia desde cedo vivenciada, sentida e aplicada para além do Terreiro (já que muita tem seus Terreiros em suas próprias moradias)? Como isso influenciou pensar o mundo, suas identidades e seus coletivos? Como é, para uma criança, viver em Terreiro? Como é a experiência? Como é o aprendizado? A mesa não buscará apenas trazer à tona conhecimentos de um grupo específico, mas também é nossa maneira de repudiar as ações de preconceito contra crianças, que acabam sendo pautadas na intolerância religiosa e no racismo cultural. A mesa tem, em si, como qualquer ciência ética, propósito participativo, que traga diferentes vivências para o meio acadêmico e também propósito político de justiça e equidade social, mostrando as perspectivas de grupos marginalizados pela sociedade. Dessa forma, buscamos resistir ao preconceito da melhor maneira possível: com conhecimento e ouvindo outres.
Mesa 5 - Pesquisar Religiões de Matrizes Africanas: é possível se distanciar do Sagrado que habita em ti? (22/09 às 16h30) - Convidades: Isabel Soares; Marcelo Studinski e André Eduardo da Fonseca. Mediação: Ingrid Santana.
Promover o debate de como es diferentes pesquisadores, de distintas áreas, realizaram deus respectivos trabalhos sobre as Religiões de Matrizes africanas e de qual forma isso es afetou. É, de fato, possível, haver distanciamento e “neutralidade” ao se debruçar nesses estudos? Se sim, quando há distanciamento completo, é possível acessar conhecimentos específicos? De que maneira trabalhamos para nos aproximar da cultura que estudamos e como foi nosso processo espiritual e acadêmico simultaneamente.
Mesa 6 - Reflexões e debates sobre regularização fundiária em Pelotas (22/09 às 19h) - Convidades: Cassius Baumgarten; Liara Callegaro e Josene da Silva Almeida. Mediação: Melina Monks da Silveira.
Nessa atividade pretendemos discutir sobre a regularização fundiária, políticas públicas e política urbanística de regularização implementada pelo poder público municipal na cidade de Pelotas. Também, pretende-se desenvolver reflexões sobre moradias nas periferias da cidade e direito à cidade.
Mesa 7 - Reflexões sobre maternidades atípicas em meio à pandemia do covid-19 (23/09 às 8h30) - Convidades: Natalia de Souza; Kassiane Maia; Dienuza Costa e Helena Fietz. Mediação: Larissa Osterberg da Cruz.
A maternidade por si só é desafiadora e o “morar” para muitas mães tem várias interfaces. Para mães atípicas isso pode ser ainda mais complicado, pois envolve muito preconceito e desinformação. A mesa redonda chamada “reflexões sobre maternidades atípicas em meio à pandemia do covid-19” surge com o objetivo de propor um debate, apoio e informação sobre famílias atípicas, em especial se tratando do atual momento que passamos de isolamento. Assim, buscando refletir sobre as mudanças na vida dessas famílias, a partir do "estar em casa”.
Mesa 8 - Pessoas em situação de rua: perspectivas para além da invisibilidade (23/09 às 11h) - Convidades: Binô Mauirá Zwetsch; Clauda Turra Magni e Tiago Lemões. Mediação: Ana Paula Melo da Silva; Ada Guimarães de Souza; Marceli Teixeira dos Santos e Yasmin Acosta da Silva.
A proposta desta mesa redonda é pensar vivências e pesquisas que contribuam para outro olhar às Populações em Situação de Rua. Pensamos em um diálogo para refletir sobre a invisibilidade do cotidiano, dos desafios, das afetividades e dos conflitos sociais que estão postos no morar e viver as ruas das cidades. A rua pode ser considerada um palco de constante conflito, onde as relações de poder ficam evidentes. Podemos perceber isso com as disputas pela tomada do espaço público que ocasionam, por exemplo, os processos de gentrificação. Nós somos capazes de conceber, perceber e entender a rua de diferentes maneiras. Para algumas pessoas ela é casa, cama, sustento e criadora de laços. Para outras ela é um simples lugar de passagem que precisa estar “limpo”. A discussão abarca os mais diversos contextos: de Pelotas a Novo Hamburgo, de Porto Alegre à Paris, do vivido ao percebido e da conversa aos documentários. Essas foram as múltiplas formas de contribuirmos para os debates de moradia e visibilidade às Populações em Situação de Rua.
Mesa 9 - LGBTQIA+, mulheres e o direito à cidade (23/09 às 14h) - Convidades: Mariana Barbosa de Souza e Tuize Silva Rovere. Mediação: Gabriela Pecantet Siqueira e Pedro de Moura.
O termo “direito à cidade” foi cunhado pelo filósofo francês Henri Lefebvre e a partir desta expressão o autor trata sobre a necessidade pensar em uma cidade que busque o bem coletivo e o essencial a uma vida plena e digna, contrária à mercantilização dos territórios, da natureza e dos indivíduos, focando nas necessidades das pessoas. Desse modo, o encontro busca dialogar sobre a necessidade de pautas que combatam as opressões vivenciadas por determinados grupos (LGBTQIA+ e mulheres) no fazer a cidade, tendo como foco em uma gestão urbana que garanta o acesso à moradia e a integração de políticas afirmativas que possibilitem a democratização desses grupos no espaço urbano.
Mesa 10 - Juventude em vulnerabilidade: formas de habitar fora do meio familiar (23/09 às 16h30) - Convidades: Sheila Cunha; Isabel Cristina; Isis Mendes Corbeta; Giovana Moreira Ferreira; Athena Duchenes e Caroline Beatriz Martins de Souza. Mediação: Louise Prado Alfonso.
Diante da realidade que a pandemia de COVID-19 trouxe para a sociedade, como ficam grupos de pessoas que tem um formato de “morar” tão único e específico? Como era esse formato de moradia e quais foram as adaptações, transformações e dificuldades enfrentadas neste momento de isolamento e distanciamento? Esta mesa apresenta a experiência da AMAP (Associação Mãe Peregrina), organização Social sem fins lucrativos, fundada em 2001, tem em seu currículo vivências e experiências na área social em atuações com: Moradores/as de Rua, República para Jovens, Crianças Vítimas de Violência, ações em Comunidades (favela) e Crianças Acolhidas Institucionalmente.
Mesa 11 - Morar entre Águas Urbanas (23/09 às 19h) - Convidades: Ana Luiza Carvalho da Rocha e Victor Guilherme Cordeiro Salgado.
Mediação: Newan Acacio de Souza.
Esta mesa tem como intuito discutir sobre as transformações e especificidades de habitar/morar entre águas urbanas. Entende-se para esta atividade o conceito de águas urbanas através das habitações, sociabilidades e práticas em intrínseca relação com os cursos d’águas presentes nas cidades. Assim, trazemos diálogos com a temática do Evento, a pluralidade do morar, explorando nuances da construção cotidiana das cidades através dos fluxos de água, narrativas, construções e (des)continuidades no urbano.
Mesa 12 - Memórias e cozinha: reflexões sobre o espaço e a construção dos indivíduos (24/09 às 8h30) - Convidades: Ana Clara Acosta Vieira; Daniel Alfonso; Eliana Menezes de Souza; Franciele Fraga Pereira; Ingrid Santana; Janaína Vergas da Silva Rangel; Marceli Teixeira dos Santos; Nathália Xavier Maio; Newan Acácio de Souza; Rudy da Silva Ribeiro; Vera Teresinha Guimarães Acosta; Vanessa Ávila Costa; Wendel Gibbon de Oliveira. Mediação: Alice da Conceição Teixeira.
Este trabalho busca compreender, através de diversas narrativas audiovisuais (em virtude da pandemia do Covid -19) como a cozinha ajuda a pensar os papéis sociais vigentes. As histórias e cozinhas que chegaram até mim me possibilitaram acesso a diferentes famílias, perspectivas e possibilidades diversas condicionadas a culturas e classes sociais distintas, através desse espaço busco analisar de forma crítica o significado que este espaço tem no cotidiano dos moradores e moradoras da casa e de que forma reflete na vida de cada um, em especial das mulheres.
Mesa 13 - Histórias do habitar Pelotas – algumas experiências da disciplina de Projeto de Arquitetura VI (FAUrb-UFPel) (24/09 às 11h) - Convidades: Aline Montagna da Silveira; Manuela Farias Amaral e Katherine Oppelt. Mediação: Franciele Fraga Pereira.
A disciplina de Projeto de Arquitetura VI uma das principais disciplinas que aborda a temática de patrimônio cultural em âmbito arquitetônico já teve algumas experiências um tanto quanto interessantes. A proposta dessa mesa consiste em um relato de alguns alunos sobre as suas experiências com os moradores, contando o quanto esses contatos (ou a falta deles) foram significativos para a experiência de conhecimento e apropriação do objeto de estudo. Em muitos casos, o contato com as histórias dos habitantes influenciou nas tomadas de decisão projetual do ateliê, como por exemplo, as definições de tema do projeto proposto pelo aluno.
Mesa 14 - Experiências plurais: relatos do morar fora da norma (24/09 às 14h) - Convidades: Aline Mendes; Ana Luiza Costa; Fabio Ortiz Goulart; Rudy Ribeiro e Sarasvatii Leão. Mediação: Beatriz Thiesen.
A experiência do morar inclui um espaço que é físico, mas também simbólico e afetivo. Essa experiência constrói, em grande parte, nossa percepção do mundo e de nós mesmos. Assim, a diversidade de maneiras de morar implica, necessariamente, numa variedade de concepções de mundo e de identidades individuais. Como é, materialmente, o espaço de morar? O que fazemos neste espaço? Com quem dividimos essa experiência de morar? Esta mesa se propõe a trazer diferentes experiências do morar em cidades do sul do Brasil, através do relato de pessoas que vivem ou viveram fora da norma burguesa hegemônica .
Mesa 15 - Vivendo em meio ao caos as moradias estudantis (24/09 às 16h30) -
Convidades: Esteve Mello; Gaby Gonçalves Assusção e Jessica Isis Faria. Mediação: Violet Baudelaire Anzini.
Esta mesa/live busca provocar reflexões a respeito das experiências e narrativas de pessoas que moram em casas de estudantes no Brasil, trazendo apontamentos sobre as problemática de viver em espaços, que muitas vezes são atravessados por convivências caóticas, causadas pela arquitetura do controle retrógradas da sociedade moderna, que trazem uma outra configuração para moradorus destes espaços, mergulhada na falta de privacidade e sossego. Como essa forma de vida afeta a saúde mental das pessoas que vivem nas casas de estudante? Como a constante luta por políticas de permanência na universidade constituem a construção destes espaços, e quais são as estratégias que moradorus estabelecem para sobreviver a precarização de seus espaços em meio a pandemia?
Mesa 16 - Os desdobramentos do morar na interface cidadania e turismo (24/09 às 19h) - Convidades: Thiago Sebastiano de Melo; Paulo Rogerio Costa dos Santos; Ben Hur Alves Flores; João Paulo Souza de Pinho; David da Silva Brum; Nilmar Silva da Conceição; Luciana Custódio e Gisele Rodrigues. Mediação: Pierre Donires dos Santos Chagas; Leopoldine Bergmann Radtke e Éverton Felipe Kaizer.
Nesta mesa refletiremos sobre as relações entre moradia, cidadania e turismo. A interface moradia e cidadania cada vez mais vem ganhando espaço de relevância para o turismo, que tem se debruçado desde a conversão de casas privadas em alojamentos comerciais com mediação de plataformas da "economia colaborativa/criativa/de compartilhamento", até a expropriação, remoções e processos de gentrificação dos espaços. Assim, debateremos a prática da cidadania e turismo e seus desdobramentos nos modos de morar.
Mesa 17 - O Morar Feminino na Pandemia: Mulheres e Jogos de Interação Online (25/09 às 8h30) - Convidade: Nathalia Melgaço. Mediação: Marciele Antunes Caetano.
Em um momento atípico de isolamento social os jogos online de interação têm crescido como uma opção de manter as relações sociais sem sair de casa. Neste sentido, mais do que nunca, se torna importante o recorte de gênero em tais espaços. A partir disso, a mesa tem como tema a relação das mulheres com seu novo morar, e os jogos de interação online durante a pandemia.
Mesa 18 - Relatos sobre o morar: a Leitaria de Sezenando Souza dos Santos (25/09 às 11h) –Mediação: Marcela dos Santos Dode. Este vídeo tem como proposta apresentar relatos sobre o modo de vida e as formas de habitar de moradores e moradoras de uma leitaria na região do Passo dos Negros em Pelotas – RS. Os relatos envolvem o cotidiano de trabalho, narrativas sobre o lazer e reflexões sobre como se davam as relações sociais naquele local.
Mesa 19 - (Sobre)Vivendo com seu Sagrado em contextos de Racismo religioso (25/09 às 14h) - Convidades: Mãe Marli do Bará; Pai Carlos Eduardo do Oxalá; Renata Troca; Tereza Duarte; José Francisco do Oxalá. Mediação: Ingrid Santana.
Provavelmente uma de nossas mesas mais sensíveis. Pretendemos aqui elucidar como é para es praticantes das culturas e religiosidades de matrizes africanas (sobre)viver em uma cidade, estado e país que, apesar de muitas vezes utilizar e recorrer ao nosso sagrado, o rejeitam publicamente.
Como é sair e esconder quem somos, fingir que compartilhamos de uma visão ocidentalizada e hegemônica para que não haja atentados contra nós, nossos Terreiros e nosso Sagrado? Queremos observar como é lidar com essas situações, com o medo cotidiano de ser quem somos e professar o que cremos. Queremos expor aqui as violências que sofremos, que temos receio de sofrer.
Como é habitar um país que, ao mesmo tempo, cultua e reverencia nosso Sagrado (quando lhe convém), mas que o renega e nos atribui ao mal, ao pecado, ao profano? Talvez seja a mesa mais dolorosa e sensível, mas verificamos que também tem um potencial imenso para que outres percebam que não estão sós nessa situação. Queremos, acima de tudo, mostrar que é possível (sobre) viver nessa estrutura de completo racismo cultural, resistir e fazer com que outres entendam que não estão sozinhes na dor, na resistência e na escolha de vivenciar nossas práticas.
Mesa 20 - Olhares sobre o passado das habitações coletivas: os cortiços das cidades de Pelotas e Rio Grande (RS) (25/09 às 17h30) - Convidades: Maritza Dode e Lorena Gill. Mediação: Vanessa Avila Costa.
Os cortiços foram descritos, a partir da ideologia higienista construída no século XIX, como habitações coletivas, que se caracterizavam pela sua insalubridade e pelos indivíduos que os ocupavam, ou seja, a população subalternizada das cidades. Eles eram habitados por pessoas negras, trabalhadoras sexuais, operários e outros sujeitos que, assim como esses, também eram vistos como indesejáveis pelo poder público. A ideia de que os cortiços eram antros de doenças, criada pelo discurso médico-sanitário, acabou por condenar essas habitações à eliminação no cenário urbano e também legitimou os processos de remoção das pessoas que neles moravam para áreas distantes do centro. Neste sentido, esta mesa busca refletir, pelo olhar da Arqueologia e da História, sobre o passado dos cortiços das cidades de Pelotas e Rio Grande, ambas situadas no estado do Rio Grande do Sul.
Mesa 21 (25/09 às 19h) - O Morar após a morte: cemitérios - Convidades: Anderson Pires; Fabio Grossi dos Santos e Márcia Lika Hattori. Mediação: Louise Prado Alfonso e Kallel Queiroz de Araujo.
Seguindo a proposta do evento de pensar a “Pluralidade do morar”, a mesa tem como objetivo pensar no “morar após a morte” através da ideia do espelho que a necrópole tem em relação à cidade, não apenas no sentido político-social, como também no âmbito arquitetônico. Também refletir sobre formas de enterramento, ossários coletivos e tratamentos desiguais na morte que, em última instância, desaparecem com identidades. O debate sobre os cemitérios pode nos trazer elementos para pensarmos como é a cidade em que ele está inserido e, com isso, nos permite perceber as divisões de classe e os diferentes costumes e forma de habitar presentes na localidade.